Pleuropneumonia

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Pleuropneumonia

Naiane Ferreira de Oliveira

Introdução

Égua da raça campolina, 16 anos de idade, usada na reprodução, apresentando reincidiva de

pleuropneumonia.

Histórico

A paciente já tinha sido internado em outra ocasião sendo diagnosticada com pleuropneumonia. Recebeu tratamento adequado, se recuperou e recebeu alta. Porém, voltou a manifestar as seguintes alterações: dispneia com respiração abdominal, tosse, descarga nasal bilateral com odor pútrido, febre e perda de peso. Em nenhum momento a égua apresentou anorexia.

Tratamento 1

Foi medicada primeiramente com:

- Doxitec (60mL/BID)

- Aliv V (30mL/ EV)

- Ozonioterapia → diluído em 10L de soro

A égua apresentou melhora num primeiro momento, mas em seguida parou de responder ao protocolo estabelecido acima, intensificando a tosse e a descarga nasal, com febre, prostração, edema esternal e de membros posteriores. Foi então, submetida a novos exames mais específicos do tórax. No caso desta égua, concluímos que a ozonioterapia não foi eficiente.

Ozonioterapia

O uso do gás oxônio como medicamento ativo no tratamento de variadas afecções que acometem equinos tem se tornado cada vez mais frequente, devido a sua eficiência clínica, baixo custo de investimento e manutenção e facilidade de aplicação.

Através de um cilindro de oxigênio e um compressor ozonizador, é promovida a saída de uma mistura do O³ com o O² por uma via que pode ser acoplada à bolsas de soro (infusão endovenosa), seringas com sangue do paciente (auto-hemoterapia), ou ao meio que se deseja "ozonizar" para se introduzir no animal. Podendo ainda o ozônio ser exposto diretamente a lesões sob a forma de gás.

O tratamento com ozônio medicinal, caracteriza-se por aumentar o aporte de oxigênio a todas as células do organismo, favorecendo assim a oxigenação e a respiração celular. Também facilita e estimula a circulação do sangue, tem efeito bactericida, fungicida e de inativação viral, estimula a produção de interferon, interleucina, e fator de necrose tumoral, aumenta a saturação de oxigênio no sangue circulante e tem efeito anti-inflamatório importante.

Devido a essas características, na clínica equina, o ozônio tem sido utilizado como terapia suplementar nos tratamentos de laminite, anemias, cólicas clínicas, ou recuperação nas cirurgias de cólica, manejo de ferimentos e variadas reações inflamatórias como a metrite pós-parto, e segundo variados estudos e relatos, a ozonioterapia tem se mostrado muito efetiva em todas as suas aplicações, aumentando cada vez mais a abrangência do seu uso pelos veterinários dedicados à hipiatria.

Exames

Foi realizada ultrassonografia do tórax que identificou presença de abscessos, efusão pleural, áreas de aderência, espessamento pleural, sendo o lado esquerdo o mais comprometido. Devido à presença de abscessos em grande quantidade, a paciente foi submetida a uma toracocentese, com o objetivo de coletar material para cultura e antibiograma e drenar o pus da cavidade.

A toracocentese foi realizada da seguinte forma: aplicação de Lidocaína no 7º e 8º espaço intercostal, subcutâneo e intramuscular. O líquido puncionado do lado esquerdo (já que era a área com maior acumulo de líquido, mostrado pelo ultrassom) era denso, com grande quantidade de pus, sangue e odor pútrido. Lavou-se a cavidade utilizando 9 L de soro fisiológico e no fim administrando Dimesol (50mg diluído em 2 L de soro) na cavidade torácica, sendo esse procedimento repetido três vezes. O tubo de silicone, usado durante o procedimento, foi preso a pele do animal através de uma bolsa de tabaco, sutura em bailarina, a fim de continuar drenando. Na ponta do tubo foi feita uma válvula para impedir entrada de ar e restabelecer a pressão evitando a ocorrência de pneumotórax. 

Tratamento 2

Enquanto aguardávamos o resultado da cultura/ antibiograma, foi instituído novo tratamento e o animal foi mantido na UTI.

- Metronidazol e Pentoxifilina com Mel (via oral)

- Dimesol (100 mL) em 1L de Ringer Lactato - EV

- Aliv (20 mL/EV)

- Gentopen (20 mL/EV)

- Meloxican (3mL/EV)

- Dipirona (30 mL/ EV)

- Banamine (3 mL/ IM)

Cultura e antibiograma

Foi constatado crescimento da bactéria E. coli, sendo responsiva apenas ao antimicrobiano Imipenem.

Conclusão

O prognóstico era desfavorável devido à idade avançada e debilidade da paciente, sendo que no mesmo dia que foi iniciado o tratamento com o antibiótico Iminepem, a égua foi a óbito. Na necropsia foi observada completa aderência da pleura pulmonar esquerda à caixa torácica, com uma fístula do pulmão para pleura. Na abertura dos lóbulos pulmonares esquerdos foi visto um abscesso granulomatoso de cerca de 1 kg em um dos lobos.

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